segunda-feira, 9 de maio de 2011

Crianças e adolescentes frente à fraca estrutura familiar e o descaso social

               
          Crianças e adolescentes que cometem atos infracionais na maioria dos casos não têm estrutura familiar, são de classe baixa e vivem em situações degradantes. Muitos desses têm dentro de casa o exemplo dos pais que tem vida ativa no crime e então apenas seguem os caminhos já traçados pelo pai ou pela mãe na vida criminosa. Pesquisas comprovam que crianças criadas com estrutura familiar decadente, de classe baixa, sem acesso ou com difícil acesso a educação, esporte, cultura e lazer tendem a ingressar na vida criminosa.
            É comum ver em noticiários que a apreensão de menores infratores se dá em bairros ricos de classe média alta, e de classe alta isso ocorre devido os menores que cometem crimes virem de bairros pobres periféricos e são atraídos pela riqueza que os bairros de classe alta oferecem, pois nesses locais que a população vive com conforto e são possuidores de bens que chamam a atenção dos menores como, por exemplo, celulares , notebook, Iphone, entre outros aparelhos eletrônicos que enchem os olhos dos que não tem condições financeiras de adquirir por meio legal, outros produtos que chamam atenção deles são as roupas de marca caras e sem sombra de dúvidas os tênis que são tão sonhados pelos meninos que acham no roubo a única saída para então usufruir de produtos tão caros que os “playboys e patricinhas” como são conhecidos os garotos e garotas ricas ostentam em Salvador. Em bairros como Pituba, Barra, Rio Vermelho, Caminho das arvores é fácil observar a riqueza que os moradores demonstram possuir o que atrai ainda mais os olhares dos pequenos marginais na Pituba bairro rico onde circula uma grande quantidade de estudantes de classe alta, pois ali se localiza os melhores e mais caros cursinhos preparatórios para o vestibular é um dos bairros onde tem uma grande incidência de roubos e furtos de aparelhos eletrônicos. Na Barra a cada passo que se dá é possível dar de cara com um menor que além de ser infrator é também morador de rua, por esse bairro receber uma grande quantidade de turistas diariamente os menores infratores tem esses turistas alvos fáceis para pequenos furtos como correntes de ouro, pulseiras, câmeras digitais e até mesmo dinheiro.
            Em locais da cidade que não tem população tão rica, mas, com grande circulação de pessoas diariamente como em pontos turísticos Elevador Lacerda e Pelourinho onde é comum encontrar crianças e adolescentes usuárias de drogas e que roubam para satisfazer seus vícios é triste e degradante numa época como essa nos depararmos todos os dias com crianças que deveriam ser inocentes, viver em um lar saudável, brincar, ir à escola, ou seja, realizar todas as tarefas que as crianças têm o direito de realizar não vermos isso acontecer. Será impossível acabar com a marginalidade juvenil no século XXI? Será que nós e as autoridades competentes estamos trabalhando em prol da melhoria da vida dessas crianças e de toda a sociedade ou será que só estamos falando e nada estamos fazendo para acabar com essa situação qual hoje vivenciamos? Pois é dever de todos assegurar as crianças e adolescentes com prioridade absoluta, a efetivação dos direitos referentes à vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao esporte, ao lazer, a profissionalização entre outras garantias previstas no art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pouco fazemos para tornar eficaz essas garantias. 74 anos depois do mestre das literaturas regionais Jorge Amado ter escrito o livro Capitães da Areia em 1937 onde ele relatava o descaso social e os desequilíbrios econômicos enfrentados na Bahia pouca coisa mudou após tanto tempo, ainda hoje há os mesmos crimes, os mesmos desequilíbrios, as mesmas injustiças e até mesmo as mesmas maneiras ignorantes de tratar essas crianças que na maioria dos casos estão jogadas a própria sorte, tratadas como cachorros vira-latas e sendo chamadas de “Crianças Ladronas” como diz no livro do saudoso Jorge Amado.



REFERÊNCIAS

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Em 09 Maio de 2011

<http://www.culturabrasil.pro.br/zip/capitaesdeareia.pdf>. Em 09 de Maio de 2011

<http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=57732&mdl=29>. Em 09 de Maio de 2011

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